quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Colapso no sistema: O cristão alienado.

Lucas me desculpe por tomar emprestado seu tema. É que você provocou em mim uma grande inquietação, quanto nossas atitudes, como sociedade humana e comunidade cristã. Gostaria que toda a galera envolvida nesse blog também se empenhasse nesse assunto.

Até quando vamos assistir calados, nossa falência como seres humanos?

O sistema sempre estará fadado ao fracasso, quando acharmos normal a Nike pagar bilhões de dólares, para Tiger Woods, Ronaldo, Pete Sampras e outros outdoors ambulantes, a custa de trabalho escravo infantil.

Em quanto houver nações protestantes empreendendo guerras e ironicamente seus lideres nos disserem, que é em nome da paz e de Deus, e nós acreditarmos, com certeza estaremos caminhando para o fim.

Não podemos aceitar as inversões de valores, como policiais corruptos, pois quem é pago para garantir a lei não pode violá-la. Pastores mentindo, missionários enriquecendo.

É inadmissível ter laboratórios multinacionais testando suas drogas em populações carente da África.

Como podemos aceitar que líderes religiosos multimilionários ostentarem seus bens adquiridos no mercado da fé, enquanto milhares de crianças irão dormir hoje sem ter feito uma única refeição, algumas não irão acordar. É nós sabendo disso, teremos um sono sem remorso?
Esse sistema realmente deve estar doente pois, a obesidade está tornando a população do nosso país, a população dos EUA, em bebes gigantes, e o planeta todo segue sendo deteriorado, é a denuncia da animação da Pixar(Disney), Wall-E, as pessoas assistem acham bonitinho e não refletem.

Os condomínios se espalham por todos os lugares muros altos, segurança, árvore para cada membro da família, e nossas praças públicas entregue as drogas, favelas e barracos se empilhando em barrancos, a espera do próximo temporal, para assim os bombeiros vasculharem o barro e contar os mortos. E nós sentados a frente da TV assistindo o telejornal apenas com um semblante sereno, chega a hora da nojenta novela e já esquecemos tudo.

Nosso sistema continuará exatamente assim em quanto à igreja levar milhões de crentes para a rua, e não reivindicar nenhuma revolução social, mas apenas provar para os políticos que seu curral religioso é uma massa de manobra adestrada, não é a toa que o presidente se rendeu e assinou a lei do dia da marcha, e assim somos transformados em curral eleitoral.

Até quando ficaremos de braços cruzados assistindo de camarote a casa cair?

Será que o carvalho de justiça secou nessa terra ressequida?

Mas lembre-se que Ele, ressurgiu como uma raiz enterra seca. E em tempos semelhante ao nosso, Ele levantou Martin Luther King Jr, Mahatma Gandni e Nelson Mandela, Dietrich Bonhoeffer.

Vamos nos mobilizar e mobilizar os jovens da Betesda, a fim de não nos conformarmos com esse mundo. Há muitas coisas que podemos fazer, o nosso dia-a-dia pode ser transformado.

Vamos demorar menos no banho, comprar menos celular por ano. Não precisa de sacola plástica quando comprar uma única cartela de remédio na farmácia leve-o no bolso. Doe as coisas que você não usa a mais de um ano. Mande e-mail para seu representante político exigindo explicações de suas decisões. Junte-se a uma ONG que cuida de crianças ou idosos.

Sei lá!! Vamos pintar a cara sair na rua, dizer que não estamos contentes com esse caos.

E que Deus tenha misericórdia de nós.

Veja no link abaixo, as palavras de Deus ditas por um profeta diferente dos molde que conhecemos nas igrejas.
Zé geraldo. "Milhos aos pombos"



Jessé

terça-feira, 8 de setembro de 2009

UM DIA FELIZ


Numa dessas noites normais tive um sonho anormal. Sonhei com um dia feliz.
Alias não sei ainda se era dia ou noite pois tanto o sol quanto a lua eram extremamente lindo de contemplar. Claridade, escuridão? Não fazia a menor diferença pois dormir era como viajar de férias, acordar era como comer a fruta favorita.
Nesse dia não existia adultos, apenas crianças e velhinhos. Os velhinhos não reclamavam e nunca sentiam dor apenas contavam piadas e subiam em arvores. As crianças cirandavam e gritavam no mais doce som de festa, não tinha hora de voltar para casa por que nesse dia relógio e despertador só serviam de enfeite. Os adultos na verdade existiam sim, mas como crianças grandes.
Nesse dia a chuva era canto gregoriano e cachoeira coral black, era um dia onde os amantes amavam e os amigos bebiam falando alto, não mentira pois nesse dia elas também não existiam, eles apenas valorizavam fatos que nunca existiram. O profano virou santo, o feio ficou bonito, toda loucura se fez sentido, Fernando Pessoa virou Jorge Ben Jor e todas poesias eram de amor e todas musicas eram de festa.
Foi nesse dia que jantar e almoço viraram uma coisa só, lentilha era sorvete e feijão era pé-de-moleque.
Nesse dia os sonhos não existiam pois ali todos eram realidades.
Então acordei.
Jessé

A música que me inspirou. Está no link abaixo.
Só que à belaza da poesia do Oswaldo é infinitamente superior à minha.
Quem sabe um dia chego lá.


O décimo


(Dedico esse texto a minha irmã Cirlene (Lelê) e meu cunhado Fernando)
Sempre aguardados
Muitas expectativas
E eles vieram
Primeiro uma, logo o segundo, a terceira ,o quarto
O quinto, a sexta, o sétimo, a oitava e a nona, nossa!!
O décimo prometia, arredondaria a conta, equilibraria Para alegria deles, é….
Também delas

A primeira sempre meiga e carinhosa, cresceu
O segundo sempre cabeçudo e irônico
A terceira doce e grudada
O quarto calmo e companheiro
O quinto peralta e esperto
A sexta independente e audaz
O sétimo futebolista e nervosinho
A oitava o furacão! Vale pelos outros todos juntos
A nona pequena e sapeca Todos crescendo…
Mas o décimo ?!!!

Todos, eu amei
Eu os vi
Nove me viram
Rolamos no chão
Provoquei, irritei
Fiz pegadinha, muitas brincadeiras
Mordi, cutuquei, fiz cócegas
Brincamos de esconde-esconde
Admirei e ainda me orgulho
Das proezas de cada um
Alguns escolheram o time errado Fazer o que…

A vida é linda!
Dei presentes
Recebi sobrinhos
Menos um
Que não quis me ver
Não viu ninguém, nem a mãe…
Olha lá… Já foi
O mais peralta, o mais irônico
O mais sapeca escondeu-se onde eu não posso achá-lo
O mais carinhoso? Cabeçudo não!
O menos companheiro com certeza
Foi que me deixou mais nostálgico
O que mais me fez pensar e chorar
Jogador… Torcedor?

Um dia moleque
Vou te achar
Quando te encontrar
Vamos brincar, rolar no chão
Vou te cutucar fazer cócegas
Morder, em vez de chorar,vamos rir
Vou te dizer que não queríamos arredondar nada
Nem o equilíbrio, apenas te amar, mais e mais
Mas tem uma coisa que não deixarei passar
Vou querer ouvir a resposta
Da pergunta que te fiz
Nos poucos minutos que te vi
Porque tu não quiseste nos ver?

Jessé
(Meu décimo sobrinho faleceu durante complicações no parto)

O desabafo da melancolia




Cansei do triunfalismo.
De todos, desde os mais baratos até dos mais elaborados, os religiosos ainda são os piores.
Não agüento mais ouvir dizer que existe a probabilidade de os problemas acabarem, e que “tudo vai dar certo”.
Cansei do mundo dos vitoriosos.
Daquele que nunca perdem, nunca se dão mal e nunca se arrependem.
Não da mais para ouvir falar em viradas espetaculares onde o desafortunado virou o alvo da sorte do dia para noite.

Não da mais para suportar os charlatões de plantão, nem a celebração desmedida do triunfo utópico, presente nos contos de fadas moderno.
Por isso ta insuportável assistir quase tudo na televisão, cinemas e igrejas.
Eu quero a realidade da vida, a busca desse sentido nas lutas cotidiana, onde as durezas que os humanos experimentam sejam sintetizadas nas canções, novelas, filmes e sermões, pois a materialização do que esses charlatões estão dizendo já tem o prazo de validade vencido há muito tempo, e os neurolingüistas de arque incistem em ressuscitar.
Eu quero a valorização dos verdadeiros guerreiros, que tem apenas as lagrima como saída, que suas famílias sobrevivem com salário de miséria.
Valorização dos que perderam tudo, dos que “não deram certo em nada”, mas nunca abriram mão da dignidade e do caráter.
Estou mais interessado naqueles que hoje estão em depressão, nos melancólicos e nos desiludidos.
Hoje para mim faz mais sentido ler Carlos Drummond de Andrade e Fernando Pessoas, do que ouvir musica gospel, nas rádios.
Quero descobrir “O admirável mundo novo” voltar a “1984” e participar da “Revolução dos bichos”, mergulhar em Nietzsche, Camus e no Eclesiastes.
Quero defender os que não acertaram, os que foram reprovados, os falidos, os que sofrem de insônia, os doentes terminais, os doentes crônicos, os aleijados e os que não têm muitos motivos para sorrir.
Que não fiquem esquecidos os presos políticos, os mártires prematuros, os torturados, os negros escravos, habitantes; dos sertões, das favelas, da áfrica, de todo lugar onde se encontra os sofredores.
Que sejam ridicularizados os heróis hollywoodianos inventados para massagear o ego das superpotências, dos violentos, dos trogloditas anabolizados, dos lutadores que não levam um único soco, dos personagens que nunca se abalam.
Preciso ouvir as canções mais tristes, sussurrar os lamentos mais profundos, ler o poema mais nostálgico, para assim tentar ser mais verdadeiro e me identificar com os humanos, os normais.
Preciso desaprende contar vantagens, me envolver com os injustiçados, saber na pele o que eles passam, o que eles sentem e porque eles choram, e quando eles chorarem, chorar também, mas chorar pelos mesmos motivos deles, e não simplesmente de pena.
Precisamos tirar todos nossos escudos, sair da nossa zona de conforto, parar de olhar de cima para baixo, com aquela cara de piedoso, fingindo que se importa.
Iguais se olham do mesmo nível, vivem a mesma vida, pegam o mesmo ônibus, perdem o mesmo tempo no transito, quando falam, sabem do que se trata, não desenvolve um discurso alienígena, que nunca alcançam a comunidade que se referem, tese de sociologia formulada dentro de automóvel de luxo que faz seu percurso da zona nobre até a universidade, e se o pesquisador conhece o gueto é por que foi buscar drogas para curar do choque que esse estudo teórico causou, não deveria ter a menor credibilidade acadêmica.
Cansei da esquerda de classe média que só vivem de discursos e boas intenções.
Cansei também de pregadores que só falam em tese, não na pratica.
Existe só uma esperança, não é uma que “vai dar certo”, da forma que imaginamos. Mas é uma que o “dar certo”, é nos tornar gente, semelhante aos humanos.
A esperança está em seguir alguém que “não deu certo”, alguém que foi rebaixado, saiu de sua posição superior, desceu a terra dos viventes, tirou seus escudos protetores, tornou-se mortal, lavou os pés de seus semelhantes, viveu e sofreu, passou fome, frio, andou a pé e ficou cansado, foi ridicularizado, abandonado, torturado, preso, ficou depressivo a ponto de dizer que sua alma estava angustiada até a morte, foi um mártir prematuro. Suas mudanças não são espetaculares, o mundo continua quase o mesmo, mas Ele conseguiu se comunicar, e se hoje Ele não é compreendido é porque os que anunciam sua mensagem, tentam e de forma muito mal repetir apenas as suas palavras, e muitas vezes invertem o sentido original em que foi dito, e o mais importante que Ele queria quase ninguém faz, era que seus seguidores copiassem seu estilo de vida, é a forma mais bem sucedida de divulgar suas verdades.
Por que então esse famigerado triunfalismo irritante que tanto é papagueado em todos os lugares, e que está completamente fora da realidade da vida, fora do contexto histórico e divorciado das escrituras.
Esperança em “dar certo não”, em humanizar-se sim.
Não sei quando e nem aonde, um dia serei pleno.
Jessé

Eu queria ser

Eu queria ser como os que sonham
Pois sonhar é acreditar numa incerteza
E lutar por ela.

Eu queria ser como os que cantam
pois cantar não é apenas musicalizar os triunfos mas também as dores e assim eu seria mais verdadeiro.

Eu queria ser como os que criam
Pois criar é provocar os deuses e Ter a coragem de andar no desconhecido.

Eu queria ser como os que tem fé
Pois Ter fé não é achar que conseguirei
É não desistir ainda que tudo prove o contrario.

Eu queria ser como os que amam
Pois amar é investir naqueles que nos odeiam é agir de forma incondicional.

Eu queria ser como os visionários
Pois ter visão não é apenas antecipar uma realidade mas fazê-la acontecer .

Eu queria ser como os fieis
Pois ser fiel é ser capaz de manter-se íntegro quando posso e tenho motivos justos para trair meus princípios.


Eu queria ser como os úteis
Pois ser útil é não pensar em fama e fortuna mas em fazer algo de bom pelo mundo.

Eu queria ser como os pacificadores pois pacificar não apenas conquistar o mundo mas herdar os céus.

Eu queria ser como os altruístas
Pois ser altruísta é conseguir lembrar que existe outros que também sofrem

Eu queria ser como os que duvidam
Pois duvidar é o primeiro passo para crer.

Eu queria ser como os humanos
Pois ser mais humano é a forma mais próxima de ser como Deus

Jessé

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