sábado, 7 de setembro de 2013

UM SONHO


Um sonho.

Que a verdade seja mais divulgada que a mentira.

Que os bandidos sejam presos e os inocentes soltos.

Que os corruptos sejam desmascarados e os honestos valorizados.

Que as perseguições injusta tenham um fim e o idealista tenha seu espaço.

Que a vida valha mais que dinheiro.

Que as pessoas sejam mais importante que seus bens.

Que pastores charlatões não seja seguidos e sim ignorados.

Que o amor se sobreponham ao ódio.

Que a polícia persiga político corrupto e não quem quer a igualdade.

Que criança tenha educação digna e não salário astronômico para parlamentares.

Que os juiz que querem justiça sejam protegidos e não juristas parciais na Suprema Corte.

Que policiais honestos sejam promovidos e não mortos por colegas corruptos.

Que as crianças sejam protegidas e não violentadas.

Que as mulheres sejam amadas e não espancadas.  

Que os rios correm limpos e não poluídos.

Que a as injustiças causem revoltas e não conformismos.

Que o povo assombre seus governantes e não os governantes empoleiam seus povos.

Que as vitorias sejam de todos e não apenas de um.

Que a igualdade seja de verdade e não de faz de conta.

Que o mudo seja um céu e não um inferno.

Eu sonho...

  

 

 

sábado, 27 de julho de 2013

QUEM É O VÂNDALO?



Quem é o vândalo?

Não existe maior vandalismo do que os praticados pelo Estado brasileiro em pelas entidades financeiras e a imprensa manipuladora.

O Estado vandaliza seus cidadãos: quando oferece uma saúde precária que mata seus doentes nos corredores de hospitais; quando dispõe um transporte de massa ridículo, e fomenta um transito caótico, obrigando muitas vezes, o trabalhador a gastar o mesmo tempo que o período de trabalho apenas em deslocação de sua a casa ao seu emprego; quando arrecada trilhões em impostos, escravizando as pessoas a trabalhar quase a metade do ano apenas para pagar tributos; quando permite que seus governantes esbaldam os recurso do povo em viagem, festas, regalias, má gestão, corrupção; quando oferece uma educação ridícula e de forma proposital apenas para ter uma massa mais fácil de ser manipulada. Isso sim é o pior dos vandalismos.

Somos vandalizados pelos bancos, que é parceiro desse poder público maligno, quando explora seus correntistas com taxas abusivas, juros absurdos, cobram serviços que não prestam, lucram horrores, e, ainda demitem seus trabalhadores na busca de aumentar suas cifras lucrativas que ultrapassa o limite da imoralidade.

Somos mais uma vez vandalizados pelos meios de comunicações, que também andam ao lado do governo, a fim de manipular informações, divinizam as loucuras do poder. Vendem as ideia, que, só prejudicam as pessoas, como se tais delírios fosse a entrada do Paraiso.  Fazem isso em troca de concessões, financiamentos e outras imoralidade. Ninguém estranha que, na semana onde foi reduzido uma faixa de rolamento dos automóveis, e, cedida aos ônibus, o transito bateu recorde de congestionamento? E os ônibus continuam os mesmos, velhos, quantidade inferior que a demanda? Não melhoram a vida do usuário de ônibus e destoem as dos motoristas, que também pagam seus inúmeros impostos para apodrecerem em filas intermináveis. As pessoas andam de carro por que o transporte público é ridículo e insuficiente. Mas os telejornais da Globo e da Record dizem que isso é lindo.

Não sou a favor de depredações, principalmente de bens públicos e de uso comum. Pois isso é dinheiro do contribuinte. Mas estou pouco me lixando para as agências de bancos, carros de emissoras de TV, carros particular de político bandido.

Portanto eu entendo perfeitamente a revolta desses jovens que até se excedem. É muita sacanagem praticada conta o nosso povo. O que esses garotos fazem é irrisório. Na verdade o que esses políticos e empresários capitalistas merecem é a masmorra.

Então não venham me dizer o que é vandalismo, ou, quem é vandalizado, nesse país explorador. Vandalismo é se acostumar em ver seus idosos puxando carroça de material reciclado, para de fender sua sobrevivência, onde deveria na verdade estar desfrutando de uma aposentadoria digna, e, o nosso generoso governo quer piorar ainda mais essa previdência precária que existe ai. Saiba que você também vai envelhecer a hora de lutar por seus direitos também é agora.

Será noticiado que arruaceiros, estão pelas cidades, destruindo tudo. Mas saiba que a intenção é fazer você não apoiar os manifestantes, pois estão todos mancomunados afim de manterem a vida boa que eles levam, enquanto você é espoliado.

Então antes de se abraçar com esse noticiário golpista, faça sua parte, saia ás ruas, se envolva em atos públicos, o Brasil tem que ser nosso.

Então amigo... vandalismo é o que, mesmo?


                                               
 

sábado, 8 de dezembro de 2012

O MANIFESTANTE



Ele era um revolucionário. Sua cor preferida? Vermelho sangue. Fã do Che Guevara. Aprendeu ser assim na faculdade, mas na verdade dizia a todos que sempre fora assim, desde bebezinho. Envolvia-se em todas as manifestações possíveis, se era pra fechar a rua, era com ele mesmo, adorava ver o transito parado, enquanto em meios aos buzinaços, reivindicava qualquer direito.
Outra virtude de nosso herói era que ele adorava sua mãe, extremamente devotado. Fazia de tudo por ela, se preocupava com cada detalhe, se ela comia, ou dormia bem, até parecia que os papéis, filho e mãe, eram invertidos. Um dia a mãe se adoentou. Ele moveu o mundo por sua recuperação, que não foi completa. Seu coração não era mais de uma menina. E isso lhe tirava o sono. O cardiologista avisou que, no caso de uma nova crise, ele deveria socorrer com urgência, pois poderia ser fatal.
Mas voltando ao ambiente da universidade, certa vez aconteceu um debate muito acalorado, onde eram questionados os direitos: de ir e vir; meu direito acaba quando começa o seu. O professor abordava essas questões, colocando na mesa: se alguém tem o direito de tirar o direito de ir e vir de alguém, a fim de exigir seu próprio direito; como alguém pode fechar uma avenida e impedir que milhares transitem, sendo que essas pessoas cerceadas muitas vezes nem saibam o que está acontecendo, tendo pouco haver com o problema de quem protesta. Então o debate pegou fogo, nosso herói já exaltado gritou:
- Temos que parar tudo mesmo, eu fecho mesmo, é a única forma de chamar atenção.
Um dos colegas que discordava, retrucou:
- Mas as pessoas que são prejudicadas, não têm culpa, manifestações devem ocorrer enfrente aos paços públicos, ou em frete da casa do chefe do poder executivo, o responsável direto é que tem que ver o protesto. Não é por eu estar prejudicado é que devo prejudicar o outro, isso é egoísmo.
Enfim o debate rendeu. Numa coisa todos concordavam que os protestos são justos e necessários, apenas as metodologias são divergentes.
Certa feita nosso revolucionário andava pelas ruas, próximo ao centro de sua cidade, local onde se concentra o principal hospital do município. Logo viu uma manifestação, gente com faixas tentando invadir a via pública. Como de costume, nem quis saber do que se tratava, logo se envolveu. Percebeu que os lideres de tal manifestação eram inexperientes, foi dizendo:
- Aqui não, vamos recuar e fazer a barricada em cima do viaduto, lá é mais fácil, quando o choque chegar, iremos nos preocupar apenas com a frente, e, a retaguarda, não com as laterais. Irá parar até a via sob o viaduto, sabe como é? Né? Os motoristas são muito curiosos, quando veem esse vermelho – apontou para a bandeira comunista – logo param...
Foi imediatamente ouvido. Conforme suas orientações, todo o transito parou. Entre as buzinadas ao longe se ouvia uma sirene, não se sabia se era a policia, que já tentava acabar com a manifestação ou uma ambulância querendo chegar ao hospital que ficava no final do viaduto.
Depois de poucas horas de interdição e do enfrentamento com a polícia de choque e o desespero da sirene que ainda lamentava incansavelmente pedindo passagem - era definitivamente uma ambulância de resgate - a qual só foi possível passar por um corredor feito pela força violenta das autoridades, foi então, saber, exatamente, o que os motoqueiros reivindicavam. Que eram uma manifestação de motociclista era fácil de perceber, mas os motivos não, pelo menos para ele, afinal, de tão embebido que estava pelo protesto, ele nem se deu o trabalho de ler as faixas. Neste final de barricada após perguntar, o líder lhe disse que era para mudar a legislação de transito e liberar o corredor para os motoqueiros, ou seja, aquele espaço que fica entre os carros, ser passagem de direito dos condutores de moto.
Foi nesse momento que nosso herói lembrou-se de outro debate promovido pelo  mesmo professor, onde era discutido, essa questão dos motoboys, e, nosso protagonista, ficou com os que achavam, que as motos deveriam trafegar na mesma faixa de rolamento dos carros, pois no corredor entre os veículos é muito perigo. Prova disto são os inúmeros acidentes fatais que ele mesmo já havia presenciado.
Teve então um sentimento de profunda vergonha, lutou por algo que era contra. Lamentou, por não ter se informado e refletido melhor do que se tratara tal manifestação. Consolava-se dizendo para si mesmo, que era seu espírito justo e destemido de lutar pela causa alheia que fizera cair nessa, no fundo sua intenção era boa e correta.
Saiu calado do meio da balburdia, pensava só chegar em casa e relaxar um pouco nos braços de sua progenitora, para assim, quem sabe, esquecer o ocorrido. Enquanto descia o viaduto e a multidão também se dispersava, o ruído da sirene cessava, indicando que havia chegado ao hospital.
Entrou em casa, ansioso, louco para desabar seu corpo cansado no colo da velha. Achou estranho por que não sentiu o gostoso cheiro da janta, nem o apitar da panela de pressão em cima do fogão, mais estranho ainda, era a movimentação que se fazia na sala, parentes próximos e seu irmão estavam desesperados, e este logo informou:
- A mãe passou mal, chamamos o resgate e o pai foi direto do trabalho para o hospital, ainda não chegou com notícias...
Como bom filho dedicado que era, correu para o hospital, aquele que ficava após o viaduto. Onde foi informado pelo seu pai, que ainda se encontrava lá por motivos burocráticos:
-O doutor falou que não deu tempo...
Lágrimas banharam mutuamente os ombros, durante um longo abraço dolorido.
-Havia uma manifestação... Não deu tempo!
Nosso herói recuou delicadamente de seu pai, as lágrimas estancaram. No consciente falou:
-Tenho que protestar!
Ora, protesto era seu esporte, sua fuga, sua expressão. Em momento, como esse, fazemos aquilo que é mais autentico, aquilo que é mais forte dentro de nós.
Minutos depois estava novamente em cima do viaduto, mesmo lugar onde horas antes havia parado o transito, e, o transito novamente parou. Não na via que passa em cima do viaduto, mas na via de baixo deste viaduto. Nosso revolucionário, o herói protagonista, fazia sua ultima manifestação. A cor em volta dele? Era vermelho. Oriundo de um líquido que fluía de dentro de si. A cor viva chamava atenção e fazia todos os motoristas parar, os que viam, ficavam com seus semblantes estarrecidos. Foi se formando aquela imensa fila de automóveis, mas nenhum buzinava.

Jessé. 

SOU POR QUE SOU


Sou por que sou

Sou triste por que sou incompleto.
Sou ansioso por que sou inseguro.
Sou lento por que sou frágil.
Sou medroso por que sou frustrado.
Sou louco por que sou incompreendido.
Sou incrédulo por que sou sincero.
Sou inconsistente por que sou traumatizado.
Sou teimoso por que sou desacreditado.
Sou bom por que sou esperançoso.
Sou alegre por que sou momento.
Sou verdadeiro por que sou dependente.
Sou cristão por que sou pecador.
Sou forte por que sou obrigado.
Sou corrupto por que sou sociável.
Sou jovem por que sou mortal.
Sou pobre por que sou egoísta.
Sou mentiroso por que sou invejoso.
Sou escravo por que sou livre.
Sou amado por que sou odioso.
Sou corredor por que sou gordo.
Sou insatisfeito por que sou finito.
Sou esforçado por que sou mortal.
Sou poeta por que sou melancólico.
Sou humorado por que sou azedo.
Sou ruim por que sou gente.
Sou assim por que sou humano.

Jessé 


segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Nunca a palavra "Forever" doeu tanto.


Fui ver o patético "amanhecer parte 2", e, nunca a palavra "Forever" doeu tanto. 

Vida sem fim, é o verdadeiro inferno.

Viver para sempre é horrível. Esse tipo de eternidade proposta pelo filme é a eterna chatice. Única conclusão positiva desse filme ruim.

A morte é que da valor a vida, uma vida sem fim é uma vida sem sentido, por isso cuidamos para não perde-la.

Se vivermos com a certeza que não iremos morrer, para que cuidarmos da vida, para que valorizarmos? O fim é que traz esse sentido sentido a vida.

"Que seja eterno enquanto dure". É bom por que acaba, pois numa vida bem vivida a morte é uma dádiva.

Nessa serie de filmes, eu, apenas gostava das cenas de ação, nesse, até isso conseguiram tirar.

Nunca vi tanta gente patética reunida num filme só.

Muito ruim, "péssimo com louvor", como diz meu amigo Gedeon Freire de Alencar.


Esse filme poderia se chamar "emburrecer"


Jessé

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

O QUE ESPERO E FAREI POR VOCÊ

DANIELLA

O QUE ESPERO E FAREI POR VOCÊ

Espero que o tempo passe pra você, mas que ele nunca roube a sua beleza interior.

Farei de tudo para sua carreira ser bem sucedida e que sua vida não seja roubada.

Espero que consiga dinheiro, mas que ele nunca a domine.

Farei de tudo para sua vida ser produtiva e que ainda assim sejas feliz.

Espero que encontres a verdade, mas que o mito nunca perca seu encanto.

Farei de tudo para você viver pela razão e que ainda assim não percas a fé.

Espero que sua vida seja intensa, mas nunca o suficiente para lhe roubar o lazer.

Farei de tudo para ver segura e que também não sejas alienada.

Espero que seus entes partam, mas que jamais tenhas remorso.

Farei de tudo para seres mãe e que nunca deixes de ser uma filha maravilhosa.

Espero que tenhas muitas dificuldades, mas que cada uma a torne uma pessoa melhor.

Farei de tudo para que sejas livre e que por amor sejas sempre presa a mim.

É o que espero e farai por você pelos os próximo muitos anos de sua vida.

JESSÉ SOARES

quarta-feira, 16 de maio de 2012

A despretensão salvou uma infância


(Esse quadro está na casa do tio Alberto desde que me entendo por gente)

A Despretensão Salvou Uma Infância

Posso dizer que minha infância, não foi tão rica, quanto, às fantasias das literaturas infantis. A rígida tradição religiosa do meu pai dizia: “Estória boa, é estória da Bíblia”. Foram apenas essas que me contaram nas noites de ninar.

Qualquer estória pode ser contada para criança, inclusive as da Bíblia, desde que, se saiba contar, no meu caso, as narrativas eram na grande maioria péssima, trazia pouca lição de moral, nada de entretenimento, muito preconceito quanto a outro tipo de fé e as ideias eram castradoras.

Eu não desfrutei dos belos contos de fadas. Para meu pai toda ficção era mentira, portanto, diabólica. Olhando os grandes educadores com Rubem Alves, vejo como os contadores de histórias são importantes. “A ética no país das fadas” texto de G. K. Chesterton, (um dos capítulos da excelente obra Ortodoxia) mostrou-me o quanto de beleza, a minha infância foi roubada.

Hoje, recebi uma dura noticia e esta me fez relembrar, e, perceber que nem tudo foi tão ruim assim. O irmão mais velho de meu pai faleceu. Um velhinho de jeito marrento, mas no fundo, muito simpático. Morador de um sítio incrustado no mato. Tio Alberto Soares, fazia bem o tipo Urtigão. Sempre muito saudável, trabalhava na roça. Há um ano, eu o vi subindo em árvores. Sua casa de madeira, mais lembra uma cabana, ao mesmo tempo em que é rústica, é confortável e aconchegante.

Esse tio é o primogênito da vovó, meu pai é o caçula, entre eles tem treze irmãos, meu pai tem 69 anos, tio Alberto 89.

É bonito lembrar meu tio como um exímio guardador da natureza. Não esses ecos-chatos que viram ambientalistas para ser politicamente correto. Meu tio, não tava nem ai para isso. Ele amava a natureza, cuidava. Não permitia que ninguém caçasse na região. Plantava árvores. Não gostava de queimadas. Vivia sua vida simples da forma mais sustentável que se possa imaginar.

Dos muitos tios que tenho, tio Alberto foi praticamente o único que tínhamos contatos durante a infância, os demais a religião os afastou. Esse contato só era possível, pois ele era nosso vizinho, suas terras eram próximas das nossas. Então sempre que podíamos corríamos (fugíamos) até a casa do tio Albertinho.

O principal motivo de irmos até ele, era para ouvir suas estórias. Todas mirabolantes. Ele as inventava na hora, tudo de improviso. O protagonista quase sempre era ele. Narrava caçadas espetaculares, contos do arco da velha. Parecia o Pantaleão de Chico Anísio, e, eu me encantava e viajava, mesmo sabendo que não eram reais. Tais estórias eram tão doces de ouvir. Descobri nessa época o lado saudável do “me engana que eu gosto”.

Hoje, eu avalio uma velhice bonita, pela capacidade do idoso em contar uma boa história, principalmente, para crianças.

Dia primeiro de maio. Dia do trabalho. Não poderia ter uma data mais emblemática, para meu tio contar sua última história. Hoje ele nos deixou, talvez sem saber o quanto me fez bem. Ele se vai, e, leva uma das partes mais doce de minha infância, que eu tanto luto para não abandonar.

Alguém já me disse que conto estórias, fico feliz, pois de certa forma, esse velhinho viverá em mim e nos meus filhos, então ele viverá para sempre.
Jessé
Aos 30 ainda gosto das estórias.
Pai (Zequinha),Tio (Alberto), Sobrinho (Jonathan), Irmão (Jonildo)
No churrasco
Se aquecendo

sábado, 24 de dezembro de 2011

Conselhos para uma vida tranquila




Conselhos para uma vida tranquila

Após analisar algumas situações, cheguei a certas e simples conclusões, de como viver uma vida sossegada. Basicamente e é fingir, que é cego e surdo e mudo, quando não for o suficiente, finja que é idiota. Certeza que dará certo. Vão abaixo meus sábios conselhos.

Ao andar pelas ruas das grandes cidades é muito importante ser cego, pois você pode ver velhinho puxando carroça de papelão, não me refiro aos moradores de ruas que escolheram uma vida de ermitão, mas de senhores e senhoras que já deram suas contribuições ao nosso país, trabalharam a vida inteira, e agora na melhor idade, alguns recebem salários de miséria, outros não recebem nada, então precisam complementar suas rendas ou fazer a única, simplesmente para sobreviver. Expostos a sol e chuva, vão à busca de qualquer tipo de sucata descartada nas calçadas, para vender no ferro velho. Nem fale com essa gente, Ignore o barulho das latas chacoalhando enquanto eles se locomovem. Finja ser idiota. O responsável pelas políticas previdenciárias não é você. Quando eleger alguém, procure não lembrar que ali no poder está o seu retrato e na rua está o seu futuro.

Ainda nessa atitude de andar pelas ruas não veja as calçadas esburacadas, sem acessos para deficientes físicos, seja eles cadeirantes ou deficientes visuais, lembre-se que você não é assim, portanto não é de sua conta. Quando chegar a um banco, ou qualquer lugar em que essa gente for impedida de entrar, ou os assentos preferenciais ocupados por marmanjos folgados, e, houver alguma discussão, passe direto, não vá comprar briga que não seja sua, tape a boca e os ouvidos, feche os olhos, siga em frente, Isso serve para situações com gestantes e idosos.

Sem sair da via publica, tem outra coisa que pode ser chata, é criança pedindo esmola. Não se importe com elas. Nem fique imaginado: que deveriam estar na escola, que o poder público deva fazer alguma coisa, que ela está sendo explorada por uma mãe ou pai de rua. Essas também não valem à pena conversar, não pergunte sobre sua família, Não as veja. Faça um olhar perdido, se você quiser, eles podem ser invisíveis. Todos: os mendigos, os usuários de drogas (muitas vezes pré-adolescentes), famílias inteiras debaixo de pontes e viadutos, favelas a beira de córregos e avenidas. Bom falar, pois alguns políticos já pensaram nisso, constroem um cinturão de prédio em frente a grandes favelas, quando passamos vemos só os prédios os barracos ficam atrás, ajuda bastante. O problema é quando pega fogo, então é só procurar não saber, mude de canal, quando passar no noticiário. 

Quando for viaja pelo Brasil, principalmente norte e nordeste, muito cuidado. Pode acontecer de você está na estrada, ou em lindas praias, ver a prostituição descarada, maioria das vezes infantil. Simples feche os olhos, entenda, não de verdade, pois se tiver dirigindo pode bater o carro e estragar seu passeio. Digo uma atitude de não ver. São fantasmas. Afinal, não é a sua filha mesmo. Não vá querer denunciar, ligar para a polícia, conselho tutelar, pode não acontecer nada e você só perder tempo.

Procure ficar longe dos sertões brasileiros: Vale do Jequitinhonha, regiões secas do nordeste, comunidades de quilombos, aldeias indígenas, ribeirinhos das regiões amazônicas, fazenda que usam trabalho escravos por esse Brasil a fora. É um monte se gente doente sem acesso a médicos, sem saneamento básico, sem comida, sem água potável. É horrível, não queira estragar a sua zona de conforto, evite esses lugares, gente chique como você nem precisa saber disso.

Evite noticias ou documentários sobre a África. É um continente do outro lado do Atlântico, longe pra 
caramba. Não vire de forma nenhuma sua atenção pra lá. Tem muitos filmes e documentários degradantes, só serve para enfear seu dia. Deixa sua consciência sossegada. Prefira filme de comedia, pornô, até programa de humor, mas cuidado alguns são irônicos, foque apenas as piadas, procure apenas rir e nunca refletir. Lista de filmes que você não deve ver: Amor sem Fronteira, Diamante de Sangue (tanto o filme como o documentários), Repórteres de Guerra, Tiros em Ruanda, Hotel Ruanda, A Lista de Shindler, Amistad, O Jardineiro Fiel, Tropa de Elite 2, O caçador de Pipas, e muitos outros, não quero ficar lembrando, pois também preciso viver.

Então fica a dica, jamais se envolva em questões sociais e humanitárias, a vida dos outros é dos outros, viva apenas a sua, que afinal de contas, esta já da muito trabalho, não vai perde seu sono à toa com quem você não conhece.

Quando for a igreja, evita as que se preocupam com esses temas. Entregue todo o dinheiro que eles pedirem, e não questionem. Não olhe a vida dos pastores, bispos e apóstolos. Ou melhor, não se aborreça em sair de casa para ir ao templo, passa tudo na televisão mesmo, deposita a grana na conta bancaria e já era, se você for até lá, pode ter alguns inconvenientes pelo caminho, alguns aqui já mencionados, e chegando lá, de repente perceber que as curas não acontecem, ou outro tipo de armação que é melhor nem pensar, afinal são todos homens de Deus.

Não se informe sobre a política e nem queira saber de seus direitos. Vote, mas desde que na semana seguinte você esqueça em quem votou, vai que esse cara aparece envolvido em alguma falcatrua e perceberás que perdeste seu voto. Vote em qualquer um, são todos iguais mesmo. Não perca seu tempo em saber a vida dos candidatos, isso é coisa de fofoqueiro, quando quiseres saber da vida de gente famosa prefira as celebridades televisivas, mas as dos políticos não. Não se importe com o que é feito com o dinheiro de impostos, acredite em mim, você pode passar raiva, não vale a pena.

Meu. Ta surgindo ultimamente uma nova raça de gente chata, já é chamada carinhosamente de ecos-chatos. Fuja desses caras, se preocupam com tudo, é rio poluído, dizem pra você não lavar o carro e a calçada com a mangueira, pegam no seu pé se você joga lixo na rua, não querem que você ande de carro. É uma verdadeira falta do que fazer. Dane-se o planeta, daqui cinqüenta anos podemos nem estaremos vivo mesmo, vamos viver o agora. 

E de hoje em diante ouça apenas fank carioca, ou qualquer outra porcaria que não te faça pensar. Teve um cara que gritava em sua canção “que país é esse, que país é esse”, outro queria “uma ideologia pra viver”, um mais antigo dizia que “quem sabe faz a hora não espera acontecer”, detalhe dois deles já morreram, e tem outros na lista. Olha lá, cuidado coma a sua vida. Já vi jornalistas perde o emprego e até morrer, tudo por se envolver nessas coisas supérfluas. Sem falar num tal de Martin Luther king Jr. e num tal de Gandhi, que foram assassinados.

Talvez na escola perto de sua casa ou mesmo na rua onde mora pode ter tráfico de drogas, não comente com ninguém, nem sonhem em denunciar, faça como um ex-presidente, “eu não sabia de nada”. Não vai perde o sossego por qualquer coisa. 

Então é simples. “Minha consciência não tem olhos, nem ouvidos e nem boca, sou idiota”. Esse é o lema de 
uma pessoa feliz. 

Saiba que é muito bom chegar em casa deitar na cama e dormir o sono da mediocridade, se possível comer o pão do ócio, e ser um feliz idiota, cego, mudo e surdo da alma.

Jessé